"O sol entra a jorros no claustro do antigo convento dominicano do século XVI - que ainda foi quartel, hospital e escola, antes de ser funcionalmente restaurado para a inauguração desta biblioteca, em 1993. Escada acima, escada abaixo, sala sim sala sim, uma energia de gente entre discos, vídeos, revistas, computadores, livros.
Voltando costas ao claustro, estamos na sala de audiovisuais. Oito computadores ligados à Internet, para cima de 3000 CD, 1000 vídeos e ainda espaço para 2000 livros sobre cinema, informática e música. Tal como os computadores, as revistas e jornais também estão concentrados num espaço fora da sala de leitura. Além de guardar o arquivo da imprensa local, a Biblioteca Municipal de Abrantes recebe regularmente 40 jornais, não só portugueses, e 100 revistas diversas. De manhã, a grande frequência é de reformados ou idosos. Na ampla sala de leitura estão em livre acesso 30 mil dos 70 mil documentos que a biblioteca tem em acervo (para 5034 leitores inscritos). Há destaques por temas ou autores em expositores laterais. A meio, abre-se uma escada para o Sotto, um "open space" colorido e luminoso, com janelas redondas como escotilhas, que é o espaço das crianças. Mais quatro terminais de Internet, com almofadas, bancos e mesas à medida. É aqui que se passa a Hora do Conto, uma animação regular promovida em todas as bibliotecas, e se organizam as restantes actividades e ateliers. Voltando ao piso térreo, há um bar - e um pequeno espaço anexo para sessões de leitura ou debate -, nas traseiras do qual se acede a um núcleo único na Rede de Bibliotecas: o fundo de livros em braille (2000) e em som (3000), uma boa percentagem do total disponível em Portugal. Este pólo para leitores invisuais tem uma abrangência muito maior do que a biblioteca de Abrantes: atende os distritos de Santarém, Castelo Branco e Portalegre. Para o fundo em braille, houve um protocolo com a Biblioteca Nacional, para o fundo sonoro, a contribuição da Biblioteca do Porto. E a colecção foi aumentando, com uma impressora que permite converter directamente para braille, e novas gravações de livros e revistas (como a edição mensal sonora da "Grande Reportagem"). O site da biblioteca foi desenvolvido por Francisco Lopes, em conjunto com um programador e uma actualizadora de conteúdos. Além das inscrições e de consultas ao catálogo, tem informações úteis para a comunidade, divulgação de actividades, sugestões de leitura, um espaço de autor (para quem quiser publicar texto, pintura, fotografia, crítica), uma bibliografia sobre António Botto e, sobretudo, uma biblioteca virtual, com pesquisa organizada em todo o universo disponível na Net."
Alexandra Lucas Coelho
Fonte: Guia do Lazer - PúblicoEtiquetas: Equipamento Instalações e Mobiliário, Serviços de Biblioteca |